_ Que doce diferente é esse? Nunca vi! Continuar lendo
Contos e poesias
Dois
Esse é o relato sóbrio de um louco. Sim, desde esse dia acredito em loucura.
Era um dia comum, porém com um tanto incomum, era dia 02/02/2002. Estava em Londres, passando o inverno. Acordei e, sem olhar o relógio, abri as cortinas do meu quarto de hotel. Não tinha como saber que horas eram, parecia que naquele lugar o sol não chegava nunca. Ninguém nas ruas, só gelo e uma névoa. Fui até o frigobar e peguei uma garrafinha de wisky. Acendi um cigarro e bebi. Troquei-me, vesti meu sobretudo preto, coloquei outra garrafa no bolso do casaco e saí. Continuar lendo
Duque, o cão plebeu
Todo cão tem o mesmo objetivo, a família perfeita. Os preguiçosos sonham com casais idosos. Os mais agitados como eu, anseiam por donos jovens e, com sorte, crianças! Bebês, mamãe Maia contava histórias de uma cadela chamada Lady que um dia se apaixonou por um cão vagabundo. Depois de muitas aventuras, os dois viveram felizes para sempre com seus filhotes e a família dos sonhos caninos. Continuar lendo
Concreto
O cansaço da alma
Reflete o trabalho do corpo
A favor do bem
Em um mundo mau.
Meninas indefesas correm
De lobos escondidos
Entre árvores de concreto
E sob um céu que,
De tão pesado e cinza,
chamam de telhado.
Porém, não é capaz de proteger
a chuva ácida que
queima corpos e mentes.
Espíritos fogem, deixam
seus seres, perdidos e
sozinhos, pelados no frio
da terra sem sol.
Mariana Pimenta, 2005
Fim de tudo
Já entreguei me a lua
Sei que sou filha do sol
Não sou mais que um grão de areia, ou uma poeira estrelar
Por que mesmo assim não sei?
Por que mesmo assim tantos se preocupam com tão pouco?
Se somos todos iguais
Reservando as diferenças de cada mundo
Por que não há respeito?
Não se ouve aquilo que é bonito falar
E não adianta gritar, escrever ou cantar
A quem seguimos?
Será que nós somos assim?
Ou nos fizeram assim?
E a liberdade, a igualdade e a fraternidade?
Perderam-se no século XVIII
Esqueceram de ser para apenas fingir?
E nesse mundo desaprendi a chorar
E quase não sei mais sentir
Já não sei o que é amar
Nunca soube cantar
Esqueceram-se de me ensinar a felicidade
Enquanto se preocupavam em calcular
A vida agora é dinheiro
O tempo, lucro
Amigos, interesse
Diversão, anti-stress
Trabalho, obrigação
Sinceridade, se aprendemos a mentir?
Honestidade, se usamos máscaras?
Amor, se não sabemos quem somos?
Liberdade, se não corrigimos, apenas prendemos?
Vale a pena
Se a alma é tão pequena?
O meu consolo é a morte
Se é que esta é o contrario da vida.
Mariana Pimenta, entre 2000 e 2001
O mundo que construímos
Para Lu, minha bruxa-irmã
Pedro enxerga apenas os tons de cinza quando olha pela janela. Em uma caixa, ele assiste ao mundo feito de vermelho, verde e azul. Em papel, o mundo impresso em rosa, amarelo, azul e preto chega até Pedro. Continuar lendo
Momento
Para os professores de Literatura
Não me peça, oh professor
para analisar um poema
Esquece que poesia é arte
e arte é sentimento
e sentimento não se explica.
Um poema que se preze
só se lê com o coração
nunca com a razão.
O poema é como uma ebulição
da felicidade ou do sofrimento
É o melhor e mais árduo caminho
de se passar as emoções
Lembre-se que Drummond e Vinícius
não escreveram para os críticos
e sim para os apaixonados
Então, não me venha com
esses termos técnicos e feios,
estragar algo tão primoroso.
Oh, por favor, não permita
que suas aulas façam
com que eu desista
de um dia deixar de ser amadora
para me tornar escritora.
Mariana Pimenta No Ensino Médio (entre 1999 e 2001)